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China: 5 ambiciosos megaprojetos para ‘sacudir’ a ordem econômica mundial

Posted by on 29/12/2017

RED-DRAGÃO-CHINA“Esperamos desencadear novas forças econômicas para o crescimento global, construir novas plataformas para o desenvolvimento mundial e reequilibrar a globalização para que a humanidade chegue mais perto de uma comunidade de destino comum”, disse o presidente chinês, Xi Jinping, ao abrir, na semana passada, um fórum internacional sobre o projeto, batizado de Nova Rota da Seda. A ideia dessa projeto com nome inspirado na antiga rota comercial que ligou o Oriente e o Ocidente há mais de dois mil anos – é melhorar conexões comerciais entre Ásia e Europa e Ásia e o leste da África.

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

Os 5 ambiciosos megaprojetos de infraestrutura com os quais a China quer ‘sacudir’ a ordem econômica mundial

Fontes: https://www.bbc.com/ –  https://news.xinhuanet.com/ – https://thediplomat.com

A China quer ampliar sua influência mundial através de um colossal e dispendioso plano na execução e implantação de cinco megaprojetos de infraestrutura. O fórum (Belt and Road Forum for International Cooperation-BRF) contou com a participação de cerca de 30 líderes mundiais, entre eles os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, da Argentina, Maurício Macri, e do Chile, Michelle Bachelet.

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“Estamos prontos para compartilhar práticas de desenvolvimento com outros países, mas não temos intenção de interferir nos assuntos internos de outros países, exportar nosso próprio sistema social e modelo de desenvolvimento, ou impor nossa própria vontade aos outros. Na prossecução da Iniciativa Belt and Road, não recorreremos a manobra geopolítica obsoleta. O que esperamos conseguir é um novo modelo de cooperação em que todos ganham”, declarou o presidente chinês Xi Jinping

A ideia da Nova Rota da Seda – com nome inspirado na antiga rota comercial que ligou o Oriente e o Ocidente há mais de dois mil anos – é melhorar conexões comerciais entre Ásia e Europa e Ásia e o leste da África, promovendo desenvolvimento, com a construção ou expansão de redes de ferrovia de alta velocidade, gasodutos, oleodutos, portos e centros logísticos de distribuição e armazenamento de mercadorias.

“É um esforço ambicioso sem precedentes”, disse, por sua vez, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, sobre o plano com o qual a China pretende “sacudir” a ordem econômica mundial. O investimento total chega a US$ 900 bilhões (R$ 2,9 trilhões). Ainda que, em teoria, o objetivo do projeto seja aumentar a integração econômica entre os países da Europa, Ásia e África, críticos em países ocidentais acreditam que o governo chinês busca, na verdade, expandir sua influência para o campo geopolítico.

Mesmo que o foco maior do evento fosse sobre as implicações globais da implantação da Iniciativa Belt and Road, esse tema é melhor compreendido através dos acordos bilaterais discretos que a China assinou com várias partes interessadas. De acordo com Xi,  durante o curso do fórum, um total de 68 países e organizações internacionais assinaram acordos para promover o conceito do  One Belt, One Road. Isso incluiu a assinatura oficial de um acordo de livre comércio com a Geórgia; na área de Energia com a Arábia Saudita, Azerbaijão e Rússia; e um acordo de cooperação estratégica com a Interpol, entre outros acordos bilaterais.

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Projeto das duas principais rotas, a rodoviária e a marítima.

Segundo a analista para assuntos chineses da BBC Carrie Gracie, tanto os oleodutos e gasodutos que atravessam a Ásia Central, como os portos do Paquistão e Sri Lanka, no Oceano Índico, poderiam servir para fins militares no futuro. Abaixo, apresentamos cinco grandes obras que fazem parte dessa iniciativa batizada de (nova) Rota da Seda.

1. Transporte de mercadorias China-Europa

Atualmente, a China já opera cerca de 20 linhas de trem de carga que ligam o país a cidades europeias como Londres, Madri, Roterdã ou Varsóvia. A rota China-Madri funciona há mais de um ano e é o mais extenso serviço ferroviário do mundo. Agora, o objetivo do governo de Xi Jinping é otimizar esta rede e torná-la uma alternativa mais rápida – embora mais dispendiosa – ao tradicional transporte marítimo de produtos chineses.

As obras do novo trem de alta velocidade, que unirá os sete mil quilômetros de Pequim a Moscou, devem terminar em 2025, segundo a companhia estatal russa OAO Russian Railways. Ela reduzirá o tempo de viagem, de cinco dias, para 30 horas. Por trás desta grande iniciativa, está a intenção da China de se consolidar como uma potência comercial global, comenta Carrie Gracie.

Custo total do investimento: US$ 242 bilhões

2. Rede de trens na Ásia

Nesta seção, há dois grandes projetos futuros:

  • A Rede Pan-asiática

A China planeja conectar a cidade de Kunming, situada no sul do país, com Vientiane, a capital do país vizinho Laos, e com a rede ferroviária de Mianmar. Assim que esta e outras obras semelhantes previstas na Tailândia, no Camboja e Vietnã estiverem concluídas, estará formada uma rede pan-asiática ligando a China ao Sudeste asiático.

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O projeto Discovering the Beauty of Silk Road convida fotógrafos a explorar a paisagem do oeste da China. [Foto de Hu You / China Daily] “O oeste da China foi uma vez próspero na dinastia Han (202 a.C. – 220 a.C.). Agora, quando olhamos para a terra dos desertos e das dunas, estamos buscando um tipo de espírito que perdemos “, diz Ye, que assumiu o papel de estudioso no projeto de fotografia.

 

Custo: US$ 7 bilhões (apenas o trem de alta velocidade entre Kunming e Vientiane)

  • Trem de Alta velocidade na Indonésia

A ferrovia Jacarta-Bandung será o primeiro trem de alta velocidade da Indonésia e ajudará a melhorar o transporte público entre a capital do arquipélago e um dos principais centros econômicos de Java. Embora várias empresas japonesas também aspirassem ganhar o projeto, o governo indonésio acabou preferindo as empresas chinesas.

Custo total: US$ 5,9 bilhões

3. Corredor China-Paquistão

Aproveitando que o vizinho Paquistão é um de seus aliados históricos, a China investirá no país e ajudará no desenvolvimento do porto de Gwadar, no Mar Árabe. A ideia de ambos os países é que a região se converta na versão paquistanesa do complexo portuário de Shenzhen.

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Acima: O Mapa da estrada da Cordilheira de Karakoram (KKH)

A implementação deste projeto dará à China uma saída para o mar sem necessidade de que seus produtos passem pelo estreito de Malaca, onde operam piratas e o clima é desfavorável. O projeto contempla a ampliação da rodovia de Kakarorum, que dá acesso rodoviário à China ao Oriente Médio, umas das mais altas rodovias do mundo, que conecta a China ao Paquistão.

Essa estrada liga a província do Gilgit-Baltistan do Paquistão através de trecho da antiga Rota da Seda e percorre aproximadamente 1.300 km de Kashgar, uma cidade na região de Xinjiang da China, até Abbottabad, no Paquistão. 

Essa rodovia também cruza a zona de encontro/colisão entre as placas tectônicas da Eurásia com a Placa da Índia, uma região onde a China, o Tajiquistão, o Afeganistão e o Paquistão estão à distância de cerca de 250 km em media um país do outro.

Devido em grande parte ao estado extremamente sensível de tensão política na região da Caxemira, que é um grave ponto de discórdia e disputa territorial (já tendo ocasionado inclusive guerras entre os dois países) entre a Índia e o Paquistão (dois países que possuem bombas atômicas), a rodovia Karakoram tem uma grande importância estratégica e militar para todos os países da região.

Custo total: US$ 55 bilhões

4. Porto de Colombo

Outro porto-chave nos planos da Nova Rota da Seda é o Porto de Colombo, na capital do Sri Lanka. Embora tenha sido paralisado com a troca de governo no país – mais próximo, politicamente, da Índia -, negociações recentes permitiram a continuidade do projeto; as obras já foram retomadas.

Custo: US$1,4 bilhão

5. Projetos na África

A China já está construindo a ferrovia que unirá as duas principais cidades do Quênia: a capital, Nairóbi, e Mombasa, na costa do país. Este projeto faz parte da futura rede de transportes da África Oriental, que conectará as cidades do Quênia com as capitais de Uganda (Kampala), Sudão do Sul (Juba), Ruanda (Kigali) e Burundi (Bujumbura).

A China já inaugurou o trem que une Adis Abeba, capital da Etiópia, com Djibouti, capital do país do mesmo nome na costa do Mar Vermelho, onde companhias chinesas estão construindo um centro logístico marítimo. “É um desenvolvimento estratégico enorme”, disse ao jornal New York Times Peter Dutton, professor de estudos estratégicos da Escola Naval de Guerra de Rhode Island, nos Estados Unidos.

A China e o Japão competiram durante meses pelo projeto da primeira ferroiva de alta velocidade da Indonésia, que unirá a capital Jacarta com a cidade de Bandung, na ilha de Java

A China e o Japão competiram durante meses pelo projeto da primeira ferroiva de alta velocidade da Indonésia, que unirá a capital Jacarta com a cidade de Bandung, na ilha de Java

“Trata-se de uma expansão do poder naval para proteger o comércio e os interesses regionais da China no Chifre da África. Isto é o que as potências em expansão costumam fazer. E a China aprendeu as lições do império britânico de 200 anos atrás”, concluiu.

Custo total: US$13,8 bilhões

Em sua palestra na cerimônia de abertura da BRF, Xi também destacou as realizações da iniciativa até agora em uma série de exemplos bilaterais. Nos mais de três anos desde que o conceito foi lançado, a China conseguiu “aprofundar a conectividade política” com vários outros estados e agrupamentos, disse Xi. Isso inclui o alinhamento do Cinturão e da Estrada com as estratégias de desenvolvimento da União Económica Euro-asiática liderada pela Rússia, a ASEAN, o Cazaquistão, a Turquia, a Mongólia, o Vietname, o Reino Unido ea Polónia. Xi também destacou alguns dos projetos de maior destaque sob a estrutura Belt and Road:

“Aceleramos a construção da ferrovia de alta velocidade Jakarta-Bandung, China-Laos, Adis Abeba-Djibouti e Hungria-Sérvia, e melhoramos os portos de Gwadar e do Pireu em cooperação com os países relevantes”.

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O KARAKORAM: Grandes montanhas e glaciares no caminho da rodovia de maior altitude no planeta. Em destaque o imponente pico do K2 (também conhecida como monte Chogori, Dapsang ou Qogir Feng) é uma montanha da cordilheira de Karakoram, uma das cadeias dos Himalayas, na fronteira sino-paquistanesa (na região da Caxemira ocupada, no Baltistão). É o segundo pico mais alto do mundo, depois do Monte Everest. Foto tomada pelo lado norte, o lado chinês, ao amanhecer.

De acordo com Xi Jinping, “o comércio total entre a China e os outros países integrantes da iniciativa Belt and Road entre 2014-2016 excedeu US$ 3 trilhões e o investimento direto da China nesses países ultrapassou US$ 50 bilhões”. Esses números foram impulsionados pela criação de mecanismos de financiamento especificamente para realizar a implementação da visão do projeto Belt and Road, incluindo o Banco de Investimento de Infra-Estrutura Asiático (AIIB) multilateral e o Fundo Silk Road da China.


Mais informações em:

 

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