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Descoberta de geoglifos no Acre e Mato Grosso revela ocupação da Amazônia há mais de 2.500 anos

Posted by on 20/08/2018

Descobertas de novos geoglifos no Acre reforçam ideia de que Amazônia era densamente habitada por população milenar muito antes da chegada dos europeus. A Sputnik Brasil conversou com a arqueóloga Ivandra Rampanelli, pesquisadora responsável pela mais recente descoberta, sobre o significado dessas revelações. Uma descoberta feita por arqueólogos brasileiros revelou que a área da bacia do Alto Tapajós, na estado do Mato Grosso, pode ter sido habitada por cerca de 1 milhão de pessoas. Eles mapearam aproximadamente 81 sítios arqueológicos que apontam que lá pode ter havido uma alta presença de seres humanos.

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

Uma descoberta feita por arqueólogos brasileiros revelou que a área da bacia do Alto Tapajós, na estado do Mato Grosso, pode ter sido habitada por cerca de 1 milhão de pessoas. Eles mapearam aproximadamente 81 sítios arqueológicos que apontam que lá pode ter havido uma alta presença de seres humanos.

Fontes: https://br.sputniknews.com/brasil/ – https://br.sputniknews.com/

  • Cerca de 1 milhão de pessoas poderiam ter habitado território considerado até então “despovoado” na parte sudoeste da Amazônia, segundo última descoberta arqueológica.
  • Descobertas de novos geoglifos no Acre reforçam ideia de que Amazônia era densamente habitada por população milenar antes da chegada dos europeus. A Sputnik Brasil conversou com a arqueóloga Ivandra Rampanelli, pesquisadora responsável pela mais recente descoberta, sobre o significado dessas revelações.
  • Uma descoberta feita por arqueólogos brasileiros revelou que a área da bacia do Alto Tapajós, na estado do Mato Grosso, pode ter sido habitada por cerca de 1 milhão de pessoas. Eles mapearam aproximadamente 81 sítios arqueológicos que apontam que lá pode ter havido uma alta presença de seres humanos.

Descoberta de novos geoglifos no Acre

Novas Descobertas no Acre de geoglifos, que são desenhos geométricos de grandes proporções localizadas no solo e que configuram vestígios arqueológicos, confirmam cada vez mais que existiu uma população milenar na Amazônia de cerca de 2.500 anos atrás, antes da chegada dos europeus na região.

A pesquisadora responsável pela mais recente descoberta de geoglifos no Acre, a arqueóloga Ivandra Rampanelli, em entrevista à Sputnik Brasil, explicou que nos últimos anos os pesquisadores já encontraram cerca de 818 geoglifos no Brasil, sendo que 523 deles foram encontrados no estado do Acre.

Geoglifos e aldeias aneladas. um modelo de terreno digital LiDAR do sítio de Jacó Sá mostrando compartimentos geométricos com valas, cercas muradas e avenidas. Barra de escala = 100 m. b Foto aérea de uma das estruturas no local de Jacó Sá. c Foto aérea do site de Fonte Boa mostrando uma aldeia circundada por anel com estradas radiantes (direita) construídas ao lado de um recinto geométrico anterior (esquerda). Fotografias aéreas fazem parte do acervo do grupo de pesquisa Geoglyphs do CNPq da Amazônia Ocidental, dirigido por Denise Schaan

De acordo com os estudos da pesquisadora, as novas descobertas reforçam a ideia de que havia uma habitação significativa em áreas florestais no período anterior à chegada dos colonizadores.   

“Por exemplo, quando eu estudei na escola, e acredito que é como todos estudam, a Amazônia é vista como um lugar não muito habitado antes dos colonizadores, e esses geoglifos estão demonstrando que havia uma grande população que vivia aqui, e que a Amazônia naquela época era muito importante”, afirmou a especialista. 

Segundo a arqueóloga, “essas descobertas, por exemplo, esses sítios arqueológicos até então só eram encontrados em áreas em que não havia floresta, em áreas particulares. A partir do ano passado, a nossa equipe encontrou geoglifos dentro da floresta e dentro da reserva extrativista Chico Mendes”, acrescentou. 

Pesquisadora na cratera de novo geoglifo descoberto na Amazônia

A pesquisadora do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural do Acre também explicou que as primeiras descobertas começaram em 1977, quando pesquisadores locais encontraram 8 sítios arqueológicos, mas por falta de investimentos em equipamentos e recursos o trabalho foi paralisado, e a partir de 2005 o trabalho pôde se expandir no Acre através das escavações com ferramentas específicas. Segundo a arqueóloga, esses geoglifos no Acre eram locais cerimoniais de povos indígenas que habitaram essa região antes da chegada de europeus.

“A hipótese hoje “mais aceita” pelos pesquisadores é que seriam centros cerimoniais, lugares de rituais. Porque se você imaginar o esforço físico pra construir aquilo lá, dependendo da quantidade de pessoas, a quantidade de horas pra fazer aquilo, você imagina o que seria importante naquela época”, explica.

Pesquisador detalha como foi a descoberta de civilização antiga na Amazônia

Uma descoberta feita por arqueólogos brasileiros revelou que a área da bacia do Alto Tapajós, na estado do Mato Grosso, pode ter sido habitada por cerca de 1 milhão de pessoas. Eles mapearam aproximadamente 81 sítios arqueológicos que apontam que lá pode ter havido uma alta presença de seres humanos.

O arqueólogo Jonas Gregório de Souza, pesquisador da Universidade de Exeter, na Grã- Bretanha, um dos responsáveis pela descoberta em entrevista à Sputnik Brasil contou que a concepção de que a floresta amazônica era lar de povos muito pequenos não existe há bastante tempo.

Um geóglifo que testemunha que aqui houve civilização é visto na bacia do Alto Tapajós

“Nós temos muitas evidências de que as populações humanas da Amazônia no período anterior à chegada dos europeus eram muito maiores e muito mais complexas do que a gente viu no período histórico. A grande questão é saber onde que essas populações estavam concentradas”, explicou.

Para descobrir o local onde iria fazer sua pesquisa, Jonas Gregório de Souza contou que outros arqueólogos já haviam descoberto muito sítios arqueológicos na região onde hoje é o estado do Acre e na região do Alto Xingu, que fica no nordeste do estado do Mato Grosso.

“Como existiam semelhanças entre os sítios arqueológicos encontrados a leste e a oeste, mas existia esse vazio no meio, nós decidimos ir até essa área para testar a hipótese de que talvez também se encontrariam sítios arqueológicos semelhantes. Isso provaria que toda essa região ao sul da Amazônia estava densamente ocupada no período anterior à chegada dos europeus, foi isso que nos motivou a fazer essa pesquisa”, contou.

Entre os vestígios encontrados há cerâmicas, machados de pedra, fortificações e solo fértil. Antes da pesquisa ser feita em campo, ou seja, com os pesquisadores indo pessoalmente até o local, eles colheram diversas imagens de satélites.

Outro rasto de uma civilização antiga é visto do céu na bacia do Alto Tapajós, no estado do Mato Grosso

“Nessas imagens foram localizados os potenciais sítios arqueológicos. Então nós fomos à campo e visitamos uma seleção desses possíveis sítios para confirmar se, de fato, se tratavam de sítios arqueológicos”, disse Jonas.

Segundo o arqueólogo, um dos sítios mais impressionantes que eles encontraram tem aproximadamente 400 metros de diâmetro e a construção é feita em um formato semelhante ao das aldeias indígenas. 

“Um dos sítios que nós visitamos era cercado por um fosso que tinha mais ou menos 400 metros de diâmetro, um poço muito profundo, uma mureta de terra e descia uma estrada com dois muros paralelos que a delimitavam. Essa estrada se estendia por quase 1,5 km em direção ao sítio arqueológico. Dentro do sítio arqueológico, nós encontramos o conjunto de plataformas, de montes de terra, que provavelmente eram antigas plataformas de casas, dispostas de uma forma circular que lembra as aldeias indígenas que nós vemos até hoje”, descreveu.

Arqueólogos encontram vestígios de civilização desconhecida na Amazônia 

De acordo com artigo publicado na revista Nature Communications, pode se tratar de uma civilização antiga perdida que viveu na área antes da chegada dos conquistadores europeus.

“Estamos muito animados por conseguirmos encontrar tantos vestígios da estadia de pessoas na floresta do sul da região. Escavações nunca foram realizadas aqui antes e nossa pesquisa mostra que devemos reexaminar história da Amazônia por completo. Apenas na parte que conseguimos estudar habitavam dezenas de milhares de pessoas”, declarou José Iriarte, pesquisador da Universidade de Exeter (Reino Unido).

Vestígios encontrados na Amazônia pelos arqueólogos da Universidade de Exeter

As margens sulinas do Amazonas, como frisam os cientistas, há muito tempo são consideradas reserva natural nunca antes habitada de forma permanente. Arqueólogos presumiram que tribos indígenas preferiam viver nas várzeas e não nas margens dos rios, pois nas margens há pouca comida e recursos.

Recentemente, cientistas encontraram na fronteira entre Brasil e Colômbia alguns canais grandes, hieróglifos enormes e vários outros vestígios que indicam antiga presença de seres humanos em florestas “desertas” da Amazônia. Este achado pôs em dúvida teorias correntes.

Na bacia do Alto Tapajós, longe dos rios principais, em áreas do noroeste do Mato Grosso, os arqueólogos encontraram 81 sítios com vestígios da presença humana entre os anos de 1250 e 1500. As áreas foram observadas por aviões e satélites. Entre os vestígios encontrados há cerâmicas, machados de pedra, fortificações e terra preta que é solo fértil produzido por humanos. Tudo isso, de acordo com cientistas, é uma prova que estas áreas eram antes habitadas.

Iriarte e seus colegas acreditam que no sul da Amazônia havia pelo menos 1.300 povoados indígenas, que viveram centenas de anos na região entre 1250 e 1500. O número total de habitantes poderia exceder um milhão. Escavações futuras, de acordo com arqueólogos, ajudarão a desvendar a história misteriosa.


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1 Responses to Descoberta de geoglifos no Acre e Mato Grosso revela ocupação da Amazônia há mais de 2.500 anos

  1. Tayellem

    Adorei o site, vou seguir.

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